domingo, 23 de outubro de 2011

Livro que usa método inédito de impressão em Braille, Adélia Esquecida chega às livrarias em outubro

Capa do livro Adélia Esquecida, no qual se vê parte de um casaco
Após o sucesso do livro Adélia Cozinheira, em outubro chega às livrarias o livro Adélia Esquecida, o segundo volume da Coleção Adélia, que inovou o método de leitura em Braille ao utilizar um sistema 100% inclusivo.
Este novo método é o primeiro a permitir que uma publicação para deficientes visuais possa, com alta qualidade de legibilidade, ser lido e manuseado por pessoas com e sem deficiência ao mesmo tempo.
Com textos da escritora Lia Zatz e ilustrações da artista plástica Luise Weiss, o livro é destinado inicialmente a jovens, mas, por sua riqueza visual, consegue alcançar todas as faixas etárias. Com texto simples, conta a história da menina Adélia e suas questões cotidianas, em especial os assuntos ligados aos cuidados com ela mesma e à sua autonomia. Aborda, por exemplo, a importância de não se esquecer de amarrar os sapatos, levar o casaco para a escola na mochila etc. Este novo volume da coleção privilegia as texturas dos objetos, visual e tatilmente. O leitor poderá sentir a trama da malha de lã de Adélia, o cordão do seu sapato, o zíper de sua roupa. Além disso, como o livro se utiliza de recursos olfativos, ela também sentirá o cheiro do couro e do jardim, na parte externa da casa, quando Adélia sai para ir para a escola.
O sistema Braille de leitura e escrita resulta da combinação entre seis pontos; a diferença neste inovador processo – chamado Braille BR – está no sistema de impressão, que se diferencia por não furar o papel, permitindo a edição de grandes tiragens, e garantindo ao material uma durabilidade imensurável; e em conjunto com a impressão offset a possibilidade de unir o Braille a cores e texturas com total qualidade na percepção e no aproveitamento do livro para ambos os públicos: visual ou não-visual.
Todos os elementos gráficos do livro foram trabalhados de forma a enriquecê-lo nos três aspectos da percepção humana: visual, tátil e olfativa. Assim, o aproveitamento da obra assume alto nível qualitativo convidando todas as crianças à imaginação e à experimentação.
Essa característica é o grande fator inclusivo do livro, uma vez que, ao democratizar o acesso aos meios culturais e de inclusão social, elimina o isolamento que permeia a vida de crianças com deficiência, na escola ou fora dela.
No Brasil, segundo a OMS, estima-se que há quatro milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual; e 1,2 milhão são cegas.
Com dois volumes no portfólio – Adélia Cozinheira e Adélia Esquecida – a coleção Adélia foi idealizada pela escritora Lia Zatz, com design de Wanda Gomes, que enxergou na sua profissão a possibilidade de criar ferramentas que garantissem maior inclusão às pessoas com deficiência.
Desde o ano em que o sistema Braille foi criado – em 1827, pelo francês Louis Braille – o método nunca havia sido alterado em seus aspectos básicos.
A impressão Braille BR é sobreposta e não prejudica a qualidade da impressão normal em offset. A leitura da primeira não interfere na segunda e vice-versa, e por essa razão é 100% inclusiva. A durabilidade é indeterminada e os pontos não cedem à leitura/pressão dos dedos como na impressão convencional do sistema Braille.
Além disso, a qualidade visual não é prejudicada, já que o novo sistema não rompe o papel e não provoca baixo relevo no verso da folha.
Os caracteres foram ampliados e a fonte foi escolhida com base em estudos e pesquisas realizadas por profissionais de design de tipos para crianças.
O livro traz em suas páginas ilustrações com brilho, textura e relevo, aplicados por meio do processo de impressão serigráfica, a partir de desenhos e fotolitos especialmente confeccionados para produzirem características especiais e variadas sobre as ilustrações de Luise Weiss.
Considerando as necessidades específicas dos deficientes visuais, o design utiliza-se ainda de cores fortes e contrastes, com o intuito de favorecer a leitura e oferecer a maior qualidade de percepção visual possível.
Além disso, conta com a aplicação de aromas em forma de microcápsulas, conferindo aos objetos representados maior capacidade de aguçar os sentidos da criança.
WANDA GOMES
Formada em desenho industrial pela FAAP e pós-graduada em design gráfico pelo SENAC, a paulista Wanda Gomes atua na área do design gráfico desde 1985 e há cerca de 10 anos vem pesquisando as questões do design ligadas à deficiência visual. Responsável pela criação do inovador processo gráfico Braille.BR – método utilizado na impressão dos livros Adélia Esquecida e Adélia Cozinheira – foi a primeira designer gráfica brasileira a levar as questões gráficas do braille para a universidade. Atualmente, é sócia-diretora da empresa WG Desenvolvimento de Produtos e Serviços Ltda e acredita no design gráfico como ferramenta transformadora dos meios de acesso à cultura e à educação.
LIA ZATZ
Lia Zatz nasceu em São Paulo, se formou em Filosofia e desde 1984 se dedica a escrever livros infantis e juvenis. Ganhou duas vezes o Prêmio APCA de melhor autor de literatura infantil, foi finalista do prêmio Jabuti e vários de seus livros receberam o selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
LUISE WEISS
Graduada em Comunicações e Artes pela ECA – USP, em 1977, com mestrado e doutorado na mesma universidade, Luise Weiss atua como professora de gravura e desenho na Universidade Mackenzie e no Instituto de Artes da UNICAMP. Já expôs obras e instalações na Pinacoteca, Paço das Artes, MASP e MUBE, e publicou livros como Un Pas de Deux, Recortes e Janelas e Dentro do Espelho.
LEI ROUANET
Os livros Adélia Esquecida e Adélia Cozinheira receberam incentivo para produção de três mil livros da IBM Brasil, através do benefício da Lei Roaunet, Ministério da Cultura. A tiragem foi doada a bibliotecas públicas e instituições de ensino.
Adélia Esquecida
Texto de Lia Zatz
Ilustrações de Luise Weiss
Design gráfico de Wanda Gomes
** O sistema de impressão Braille.BR contou com apoio técnico da empresa Efeito Visual Serigrafia, gráfica especializada em alto relevo, que desenvolveu a tinta exclusiva e realizou numerosos testes de impressão e leitura, necessários ao completo desenvolvimento do projeto.

sábado, 22 de outubro de 2011

Depoimento de uma modelo com deficiência visual sobre o 3º Concurso de Moda Inclusiva

Modelo com deficiência visual desfilando
Caro leitor,
Veja abaixo o depoimento da modelo com deficiência visual Karoll Sales, a respeito do 3º Concurso de Moda Inclusiva promovido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Antes de tudo e de mais nada, venho falar do meu absoluto respeito a todos os envolvidos na organização e realização do 3º Concurso de Moda Inclusiva, realizado no auditório do Museu Casa Brasileira, na noite de 20/09/2011. Um trabalho como este, exige muito de todos que se lançam a dedicar parte de sua existência nele.
Desejo que o leitor receba as minhas palavras da maneira menos antipática e mais profissional possível. Mais do que falar de moda, abordarei agora as questões de acessibilidade oferecidas para as modelos com deficiência visual.
Indo direto ao assunto e ao contrário do que se pensa, o piso tátil direcional não foi feito para que a pessoa cega caminhe sobre ele, e sim para que a bengala percorra sua extensão. Meus olhos não viram, mas meus pés e a minha bengala sentiram a proposta dos pisos táteis instalados naquele local: refiro-me tanto ao piso de alerta quanto ao direcional.
Tentando trocar em miúdos, o piso direcional foi colocado como uma mini passarela, que tinha seu início e fim marcados por um piso de alerta, que sinalizava tão somente a largura do piso direcional, como se as modelos cegas fossem caminhar sobre ele.
Mas que piso é esse? Alerta, direcional? Qual a diferença entre eles e qual a finalidade de cada um? É justamente aí que eu quero chegar. O piso direcional, como o próprio nome diz, propõe-se a indicar a direção para a qual a pessoa que não enxerga deve seguir. Já o piso de alerta tem a função de indicar situações de perigo, bem como início e término de um determinado trajeto.
Se eu tivesse que fazer uma audiodescrição dos pisos táteis adaptados no desfile de moda inclusiva, diria que o piso direcional era largo bem mais do que o necessário e comprido tanto quanto deveria ser. Já o piso de alerta era bem mais estreito do que o necessário e de tão fácil percepção como deveria ser.
Acontece que eu fui uma das modelos cegas, estive lá, e ouvi comentários desde “tadinha, uma pessoa cega se perde na passarela…”, até “mas como é que ela se perde se o piso está ali”? E eu diria que nem “tadinha” e nem “perdida”. É fato que se questionarmos 100 homens e mulheres cegas a respeito da eficácia do piso tátil, a maioria esmagadora dirá que não gosta de utilizar, mas neste caso em questão, o fato não é nem gostar ou não gostar: trata-se da aplicabilidade correta ou incorreta do tão famoso recurso de acessibilidade, abordado com freqüência na NBR9050 de 2004.
Em linhas gerais, tomo a ousadia de dizer que um piso tátil colocado de maneira inadequada é capaz de prejudicar uma pessoa cega mais do que se ele não estivesse lá. Sim, porque ele teria que ser fininho para indicar a direção através da bengala e alertar de maneira mais extensa, para que as modelos soubessem exatamente onde parar.
Agora, mudando de assunto e continuando no mesmo, a localização por parte das modelos cegas na passarela não seria muito mais fluente se elas pudessem, assim como o público cego da platéia, contar com o recurso de audiodescrição? Há quem diga que sim, há quem diga que não. E é justamente pela necessidade do respeito à diversidade humana que nós, modelos cegas, deveríamos ter tido a chance de optar.
De cegas éramos quatro na passarela: duas com bengala, uma com guia vidente e a outra com seu cão-guia. Acredito que o meu relato, tanto pessoal quanto técnico, retrate mais a realidade das duas que utilizaram bengala, eu e mais uma. Contudo, não tenho a menor intenção de fazer uma crítica apenas para criticar, senão de colocar-me à disposição para contribuir com a acessibilidade adequada para situações e eventos futuros. As minhas palavras são e vão além de proferidas por uma usuária de bengala, pisos táteis e recurso de audiodescrição, mas também de uma pessoa cega que contou com profissionais extremamente qualificados que ministraram o curso de pós-graduação em Acessibilidade, com duração de 12 meses, em uma universidade de São Paulo, onde um dos temas mais discutidos era justamente a aplicação e utilização dos pisos táteis. Profissionais estes, que tem a NBR9050 como bíblia da Acessibilidade e que lutam para que esta norma se aperfeiçoe a cada dia, de acordo com as necessidades das pessoas com todos os tipos de deficiência e mobilidade reduzida existentes no Brasil.
Por fim, vale a pena criticar, desde que seja para somar, agregar valor, promover, neste caso, a inclusão de fato e de direito. Vamos construir juntos, com qualidade e bom senso? Se for assim, e só assim, estou por aqui, cada dia mais disposta a seguir.
Modelo com deficiência visual
Twitter: www.twitter.com/karollinesales
Imagens: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência

IPad pode ajudar crianças com deficiência visual, diz pesquisa

Tradicionalmente os terapeutas que tratam estas crianças usam caixas de luz; tablet simulou esse método

WASHINGTON - O iPad pode ajudar a melhorar os resultados dos tratamentos de crianças com deficiência visual cortical (DVC), um transtorno neurológico grave causado por um dano cerebral que as impede interpretar a informação visual que recebem, segundo um trabalho de campo publicado...
iPad pode ajudar crianças com deficiência visual - Divulgação
Divulgação
iPad pode ajudar crianças com deficiência visual

A intervenção antecipada na vida das crianças que padecem desta incapacidade é fundamental, afirmam os pesquisadores da Universidade do Kansas, já que, com as técnicas adequadas, a visão pode melhorar com o passar do tempo - e o iPad poderia ter um papel "crucial" neste processo.

Esta deficiência pode se manifestar desde o nascimento e sua gravidade depende do tipo de lesão do paciente, mas sempre requer cuidados específicos e uma educação especial.

A doutora Muriel Saunders do Life Span Istitute da Universidade do Kansas, especializado em pacientes com incapacidades, utilizou os tablets da Apple em seu trabalho terapêutico com um grupo de 15 crianças e "ficamos totalmente surpresos", comentou.

"As crianças que normalmente não veem as pessoas, não respondem a objetos ou respondem de uma maneira muito repetitiva, ficaram fascinadas com o iPad", destacou a médica, que ajuda a desenvolver as habilidades da linguagem nos pequenos pacientes.

Tradicionalmente os terapeutas que tratam estas crianças usam uma caixa de luz, similar a que os médicos empregam para ver uma radiografia, já que é mais fácil ver as luzes e os objetos em alto contraste.

"Uma pessoa com DVC grave passa muito tempo olhando para as luzes. Embora não distingam com clareza, "pode ser que vejam algo, mas não veem os rostos ou os objetos. Portanto, é como se fossem cegos", explicou Muriel.

A médica seguiu a sugestão de um de seus colaboradores de usar o iPad como réplica da caixa de luz e descobriram que as possibilidades de interagir com sons e cores são muito mais atrativas para as crianças.sons, imagens e silhuetas de cores sobre um fundo branco.

Muriel frisou que esta é apenas uma pequena amostra e ainda falta uma pesquisa formal para documentar o poder do iPad para ajudar estas crianças.

"Usando o iPad, os meninos não só podem interagir com a tela, mas podemos ensinar através de uma série de passos a controlar as coisas nessa tela", considerou a médica, que agora procura financiamento para realizar uma pesquisa mais profunda.

Durante os testes iniciais, Muriel contou com a colaboração de especialistas do Junior Blind of America, uma instituição que se dedica a trabalhar com crianças cegas.

ICBC receberá recursos do SUS por atendimento - MG

Instituto de Cegos do Brasil Central, fundado em Uberaba em 1942, acaba de ser credenciado no Ministério da Saúde para receber recursos do Governo Federal. Repasse vai facilitar o atendimento de reabilitação de portadores de deficiência visual do município e da região, mas os departamentos de educação, esportes e assistência social continuação sendo abastecidos com os recursos de doações e eventos da entidade.

De acordo com o presidente do instituto, o neurocirurgião Wilson Adriano Abrão Borges, esse credenciamento permitirá que o serviço seja autossustentável. “Agora temos verba específica vinda diretamente do Ministério da Saúde que vai sustentar o atendimento, que é muito caro, especialmente no que diz respeito ao fornecimento de órteses e próteses. É claro que ainda estamos em fase de implantação, o que significa que isso não chegará ao deficiente visual da noite para o dia, mas agora temos possibilidade de oferecer o serviço a quem não tinha acesso. E todo atendimento continuará como sempre foi, gratuito. A nossa busca pelo SUS foi justamente para manter assim”, destaca.

O presidente afirma que a instituição ainda não tem certeza de quanto será o valor do repasse, ainda não definido pelo Ministério, já que são serviços novos. “Temos uma previsão de atendimento correspondente a uma média de 120 pessoas por mês e para isso existe uma verba que está, por enquanto, em torno de R$800 mil a R$1 milhão por ano. Isso engloba valores tanto para órteses e próteses quanto para a remuneração serviço de reabilitação, ou seja, para pagar os profissionais que vão treinar as pessoas a usarem esses recursos”, explica.

Para Wilson Borges, isto significa que a entidade terá a oportunidade de ampliar o atendimento. “Não temos dúvida de que o trabalho crescerá enormemente, porque hoje atendemos cerca de 160 a 170 pessoas e o mínimo que o ministério nos exigiu foi 120, quer dizer que estamos suplantando o número que o SUS pede que nós atendamos. E nós ainda não abrimos, por enquanto, para as cidades vizinhas. Vamos começar atendendo à população de Uberaba, estruturando o serviço dentro do SUS, para depois abrir aos demais municípios. O crescimento é inevitável, porque existe enorme demanda reprimida de deficientes visuais”, frisa

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ipad é uma alternativa para aprendizagem de crianças com deficiência visual cortical

Crianças com deficiência visual cortical (DVC) poderão melhorar a forma de se comunicar graças ao iPad. É o que acredita um time de pesquisadores da Universidade do Kansas.
A equipe testou o tablet da Apple em crianças com a doença, que é resultante de um dano no cérebro que não permite que o portador interprete informações visuais.
No total, 15 crianças usaram o gadget e os resultados, de acordo com a pesquisadora Muriel Saunders, foram impressionantes. "Crianças que não costumam olhar pra ninguém ficaram fascinadas com as interações e sons da máquina", explica.
A professora trabalha com crianças que têm a doença para ajudar a desenvolver habilidades de comunicação e para isso é preciso usar uma caixa de luz, como as usadas em raio-x, pois elas se concentram quando expostas à luz e objetos em contraste.
A pesquisadora fez uma proposta para o Instituto Nacional de Saúde para conduzir um estudo sobre os efeitos do Ipad em crianças com a doença.
A ideia é que a ferramenta possa auxiliar como uma terapia e para a aprendizagem. "Com os aplicativos que já existem, e a criação de novos, as crianças irão desenvolver mais o cérebro e isso pode até permitir que eventualmente eles passem a interpretar o que veem", completa Saunders.

pad pode ajudar crianças com deficiência visual cortical a enxergar melhor

 
 
Arquivo
RIO - Um pesquisador da Universidade do Kansas acredita que o iPad pode ajudar a melhorar as vidas e perspectivas de crianças com deficiência visual cortical (DVC), uma doença neurológica severa resultante de danos cerebrais e que impede seus portadores de processarem informações visuais.

- Testamos 15 crianças e ficamos absolutamente chocados - disse Muriel Saunders, professor pesquisador assistente da universidade. - Cada uma delas ficou fascinada com o iPad. Crianças que geralmente não olhavam para as pessoas, não respondiam a objetos ou respondiam de forma muito repetitiva, ficaram completamente entretidas com o iPad. Foi uma experiência maravilhosa.
Saunders disse que essas crianças geralmente trabalham com terapeutas e com os pais usando uma caixa de luz, semelhante à caixa de luz de um médico para ver um raio-X. Isto porque elas respondem mais a luzes e a objetos em alto contraste.
- Uma pessoa com DVC vai passar muito tempo olhando luzes - explicou o pesquisador.
Com a tela brilhante, o iPad é uma espécie de réplica de uma caixa de luz - mas sua interatividade, som e cor são muito mais atraentes para as crianças.
Os pais das crianças com DVC foram os primeiros a notar o potencial do iPad como ferramenta terapêutica para seus filhos. A perspectiva de uso do aparelho para esse fim começou a se espalhar pela internet, mas nenhuma pesquisa formal foi realizada ainda.
Uma intervenção precoce em crianças com DVC não é apenas crucial para seu desenvolvimento, mas também pode ajudá-las a ter uma visão melhor à medida em que crescem.
Saunders agora está conduzindo os testes iniciais com iPad em parceria com o instituto Junior Blind of America em Los Angeles.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/10/05/ipad-pode-ajudar-criancas-com-deficiencia-visual-cortical-enxergar-melhor-925521463.asp#ixzz1azBb13z1
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SENAC MS e ISMAC assinam parceria para oferecer educação profissional a deficientes visuais

SENAC MS e o Instituto Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas (ISMAC) assinam nesta sexta-feira, às 18h30, no Espaço Gourmet da Casa Cor MS, em Campo Grande, o Termo de Cooperação Mútua para ampliar o acesso à educação profissional a deficientes visuais.
Segundo a diretora regional do SENAC, Regina Ferro, a parceria tem como objetivo ampliar o atendimento às pessoas com deficiência visual, para ingressarem nas ações de educação profissional oferecidas pelo SENAC/MS. “O SENAC tem na sua transversalidade a atenção voltada para a cidadania, através de cursos gratuitos oferecidos à comunidade e nosso objetivo é contribuir com esse projeto desenvolvido pelo ISMAC e oferecer uma oportunidade para que pessoas com deficiência visual tenham acesso à educação profissional”, diz.
Serão realizados dois processos seletivos durante o ano, um no primeiro e outro no segundo semestre, que terão seus períodos de inscrição divulgados com antecedência para a oferta de cursos gratuitos aos deficientes visuais atendidos pelo ISMAC. A parceria também prevê a realização de palestras anuais de sensibilização do empresariado local para a inclusão de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho e a melhor preparação da equipe diretamente envolvida na realização de cursos e utilização de material didático e de tecnologias mais adequadas.
ISMAC - O Instituto é uma associação civil de utilidade pública municipal, estadual e federal. Foi fundado em 04 de fevereiro de 1957 por Florivaldo Vargas. É o único Instituto de Campo Grande e de todo o Estado que presta atendimento totalmente gratuito às pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas. O ISMAC fica na rua 25 de dezembro, 262.
Para outras informações acesse o site: www.ms.senac.br ou pelos telefones (67) 3312-6260 (SENAC Campo Grande) e 3325-0997 (ISMAC).

Biblioteca abre Centro de Leitura Especial para os 400 cegos e amblíopes da região em Portugal

Biblioteca Municipal Renato Araújo, de S. João da Madeira, abre na terça-feira ao público um Centro de Leitura Especial dirigido aos cerca de 400 cegos e amblíopes identificados na região.

No dia em que comemora 50 anos de existência, esse equipamento do município passa a dispor de uma sala que, vocacionada para utilizadores com necessidades especiais decorrentes de deficiência visual, lhes proporciona um acesso facilitado à informação e, sobretudo, autonomia na pesquisa e consulta de conhecimento.
Para Rui Costa, vice-presidente da Câmara de S. João da Madeira e responsável pela biblioteca enquanto vereador da Cultura, este serviço é um "contributo para tornar mais acessível a informação em geral e a literatura em particular, cumprindo-se também a função inclusiva da Biblioteca Municipal".
Fonte da Biblioteca Renato Araújo adiantou à Lusa que, em termos práticos, a nova sala funcionará com recurso ao fundo em Braille já disponível nesse espaço, acrescentando-lhe, contudo, "equipamento específico para leitura, ampliação de textos e imagens, pesquisa na internet, audição de livros e elaboração de materiais pelo próprio utilizador".
A aquisição desses recursos implicou um investimento de 23 mil euros financiados em cerca de 90 por cento pela Fundação Calouste Gulbenkian e foi justificada com a indicação de que, segundo a ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, existirá em S. João da Madeira e nos municípios mais próximos uma comunidade de cerca de 400 invisuais.
"Espera-se que a implementação deste centro aumente, por um lado, a consciencialização para a inclusão pela diferença", lê-se no documento de apresentação do projeto à Gulbenkian, "e que, por outro, aproxime da biblioteca os públicos que, até este momento, não encontravam a satisfação das suas necessidades culturais e informativas nesta instituição".
A nova estrutura implicará ainda "um serviço de esclarecimento da comunidade local, para dar a conhecer a problemática da deficiência nas suas múltiplas vertentes" e ajudar a criar em torno desse tema "uma imagem desprovida de preconceitos".
O objetivo é também "responder eficazmente às necessidades informativas de públicos relacionados direta ou indiretamente com esta temática, designadamente famílias, educadores, técnicos de reabilitação e técnicos de bibliotecas, entre outros".
Numa primeira fase, a Biblioteca Renato Araújo irá promover visitas domiciliárias e ações de esclarecimento junto da população alvo, para divulgação direta do seu Centro de Leitura Especial.
Na etapa seguinte, incentivar-se-á essa comunidade a tornar-se frequentadora assídua da Biblioteca "e de toda a sua dinâmica cultural".

INT apresenta mural braile na Semana Nacional de C&T

Um mural eletrônico voltado para a inclusão social de pessoas com deficiência visual ou auditiva será destaque no estande do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI) na Tenda da Ciência de Petrópolis (RJ), integrando as atividades da Semana Nacional de Ciência & Tecnologia 2011. A atração estará aberta aos visitantes nos dias 17 a 20, com entrada gratuita, no campus do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI).

Desenvolvido pela área de Gestão da Produção do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/ MCTI), o Mural Eletrônico Braille apresenta texto nessa linguagem destinada a pessoas com deficiência visual, juntamente com o detalhamento sonoro da informação. Para as pessoas com deficiência auditiva, a ferramenta tem o reforço da interpretação em libras (linguagem de surdos e mudos), sendo acionada pelo programa Sigesc AVA. O aparelho integra o projeto Escola Inclusiva, que desenvolve tecnologias de acessibilidade na rede pública de ensino do município de Niterói.

Os visitantes do estande do INT na tenda de Petrópolis poderão ainda participar do Quiz Tecnológico, um jogo interativo de perguntas e respostas contendo informações históricas e atuais sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco na atuação do Instituto. Destinado principalmente a estudantes, a partir da segunda fase do ensino fundamental, a atividade possui três níveis de dificuldade e envolve cinco participantes por vez, que escolhem eletronicamente as opções mostradas na tela.

A programação da Semana Nacional de C&T do INT, também inclui uma palestra especial do ciclo Terças Tecnológicas, no dia 18, no Rio de Janeiro. Fazendo referência ao tema central da semana – “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de risco” – o evento abordará propulsão elétrica e mobilidade urbana no Rio de Janeiro, mostrando alternativas para o uso de energias limpas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Adirson de Castro vence a categoria deficiente visual da Volta das Nações

O atleta Adirson de Castro, 36 anos, de Cuiabá, venceu a categoria deficiente visual da Volta das Nações, com o tempo de 1h13min. “Estou muito satisfeito já que esta corrida é longa e um percurso não muito fácil. Esta é a 25ª corrida que participo este ano, e deveria estar descansando, mas não perco a Volta das Naçoes”,disse.
Premiação
Na edição deste ano, além do sorteio de um automóvel 0 km entre todos os participantes das três provas que concluírem os respectivos percursos e aguardarem a premiação, a Volta das Nações vai distribuir R$ 84,7 mil em dinheiro para os cinco primeiros colocados da meia-maratona nas categorias geral masculino e feminino e indústria masculino e feminino, bem como para os três primeiros colocados da meia-maratona nas categorias cadeirante e deficiente visual masculino e feminino. Além disso, eles também vão receber troféus, assim com os cinco primeiros da categoria geral masculino e feminino da corrida de 10 km.
O 1º lugar no geral masculino e feminino da meia-maratona vai receber R$ 12 mil, o 2º lugar ganhará R$ 6 mil, o 3º lugar receberá R$ 3,6 mil, o 4º lugar terá prêmio de R$ 2,4 mil e o 5º lugar ganhará R$ 1,2 mil, enquanto na categoria indústria masculino e feminino o 1º lugar receberá prêmio de R$ 3,6 mil, o 2º lugar ganhará R$ 3 mil, o 3º lugar vai receber R$ 2,4 mil, o 4º terá direito a R$ 2 mil e o 5º receberá R$ 1,8 mil e, nas categorias cadeirante e deficiente visual masculino e feminino, o 1º lugar fica com R$ 840,00, o 2º com R$ 720,00 e o 3º com R$ 600,00, sendo que os primeiros colocados na categoria geral masculino e feminino da corrida de 10 km não terão direito a prêmio em dinheiro.

Parceria dá acesso à educação profissional - MS


O Senac-Ms e o Instituto Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas (ISMAC) assinaramo Termo de Cooperação Mútua para ampliar o acesso à educação profissional a deficientes visuais.
O objetivo é ampliar o atendimento às pessoas com deficiência visual, para ingressarem nas ações de educação profissional oferecidas pelo SENAC/MS.
Serão realizados dois processos seletivos durante o ano, um no primeiro e outro no segundo semestre, que terão seus períodos de inscrição divulgados com antecedência para a oferta de cursos gratuitos aos deficientes visuais atendidos pelo ISMAC.
Haverá realização de palestras anuais de sensibilização do empresariado local para a inclusão de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho e a melhor preparação da equipe diretamente envolvida na realização de cursos e utilização de material didático e de tecnologias mais adequadas.
ISMAC
O Instituto é uma associação civil de utilidade pública municipal, estadual e federal. Foi fundado em 04 de fevereiro de 1957 por Florivaldo Vargas. É o único Instituto de Campo Grande e de todo o Estado que presta atendimento totalmente gratuito às pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas. O ISMAC fica na rua 25 de dezembro, 262

Ângela Sousa quer tratamento igual para deficiências visuais BAHIA

REDAÇÃO

Foto: Ascom / AL-BA
Com o objetivo de assegurar um tratamento igualitário com os demais tipos de deficiência, a deputada Ângela Sousa (PSC) apresentou na Assembleia Legislativa um projeto de lei que classifica como deficiência visual a visão monocular.
As pessoas com visão monocular enxergam somente com um dos olhos e têm dificuldade de definição de profundidade e distância, deficiência que pode ser impeditiva para diversas atividades, principalmente as profissionais. Atualmente, entretanto, os portadores da visão monocular não são enquadrados em nenhuma das normas que descrevem os quadros de deficiência física, auditiva, visual ou mental, dentre outras.
“Qualquer limitação de ordem física impõe ao cidadão dificuldades para sua colocação no disputado mercado de trabalho e a causa monocular filia-se à causa da inclusão social de todas as pessoas com deficiências”, destacou a parlamentar.
Se aprovado o projeto de lei, ficarão assegurados aos monoculares em todo o território do da Bahia todos os direitos dos demais deficientes já amparados expressamente pelo Decreto Federal nº 3.298/99, como: isenção em transporte coletivo e de impostos na aquisição de veículos, prioridade de tramitação em processos judiciais e quota de vagas em empresas privadas e nos concursos públicos.

Criança com deficiência visual pode enxergar melhor com ajuda do iPad

A interatividade, som e cor do aparelho são muito mais atraentes para as crianças
O iPad pode ajudar a melhorar as vidas e perspectivas de crianças com deficiência visual cortical (DVC) - doença neurológica severa resultante de danos cerebrais e que impede seus portadores de processarem informações visuais. É em que acredita um pesquisador da Universidade do Kansas.

"Testamos 15 crianças e ficamos absolutamente chocados. Crianças que geralmente não olhavam para as pessoas, não respondiam a objetos ou respondiam de forma muito repetitiva, ficaram completamente entretidas com o iPad. Foi uma experiência maravilhosa", disse o professor pesquisador assistente da universidade Muriel Saunders.

Com a tela brilhante, o iPad é uma espécie de réplica de uma caixa de luz - geralmente usada no tratamento da doença - mas sua interatividade, som e cor são muito mais atraentes para as crianças. A perspectiva de uso do aparelho a se espalhar pela web, mas nenhuma pesquisa formal foi feita ainda. Uma intervenção precoce em crianças com DVC pode ajudá-las a ter uma visão melhor à medida em que crescem.

Filme com audiodescrição no Espaço Braille de São Carlos

Espaço Braille tem programação especial no mês da leitura

Espaço Braille - São Carlos (SP)

Neste mês de outubro, considerado mês da leitura, o Espaço Braille que pertence à Prefeitura de São Carlos e está ligado ao Sistema Integrado de Bibliotecas da Secretaria Municipal de Educação está com uma programação variada para os alunos e professores. As atividades vão de confecção de material para docentes até oficinas para os alunos dentro da programação da 7ª Estação Leitura.

O Espaço Braille também está realizando, pela primeira vez, o curso "Recursos, adaptações e construção de materiais didáticos pedagógicos para alunos com deficiência visual". O curso foi ofertado para professores de São Carlos que já conheciam o Braille nas modalidades Inicial e Avançada. Ao todo 15 educadores estão fazendo o curso e aprofundando conhecimentos através da confecção de materiais para o atendimento de pessoas com deficiência visual.

Outra atividade que irá acontecer no Espaço Braille será a realização da oficina de cordel "O Universo do Verso" que envolve música, poesia e rimas, estimulando a interação com o público. O evento faz parte da programação da 7ª Estação Leitura "Pedro Bandeira" e acontecerá no dia 17 de outubro às 16h no próprio Espaço Braille.

No dia 27, a partir das 10h, em parceria com a Divisão de Áudio Visuais da Coordenadoria de Cultura, será realizado no Cine São Carlos a exibição de filme com audiodescrição, processo que consiste na tradução de imagens em palavras. O objetivo desta exibição é fazer com que as pessoas com deficiência visual percebam o ambiente do cinema com todos os detalhes tais como grande público, fila e pipoca. A audiodescrição vem se popularizando como forma de tornar teatros, filmes e programas de televisão mais acessíveis.

A participação nos eventos tem grande importância na inserção social das pessoas com deficiência visual bem como na interação entre os alunos atendidos pelo Espaço Braille, seus professores, familiares e demais interessados.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Projeto que classifica visão monocular como deficiência visual é aprovado na Assembleia no Paraná



Foto: Sandro Nascimento/Alep
"O projeto visa promover um tratamento isonômico com relação às demais deficiências", comentou o deputado Caíto Quintana (PMDB)

Foi aprovado na sessão desta quarta-feira (5) o projeto de lei nº 074/11, do deputado Caíto Quintana (PMDB), que classifica a visão monocular, caracterizada pela capacidade de uma pessoa conseguir enxergar através de apenas um olho, como deficiência visual. Antes de ser enviada para sanção governamental (ou veto) – quando passará a vigorar, a matéria retornará ao Plenário para ser analisada ainda em redação final (etapa final do processo legislativo).

Quintana afirma que “o projeto foi reivindicado pela Associação Brasileira dos Deficientes com Visão Monocular e visa promover um tratamento isonômico com relação às demais deficiências, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas com visão monocular no Paraná”.

Ele destaca que, no Brasil, a proteção à pessoa com deficiência é um preceito expresso na Carta Magna de 1988, bem como, na Convenção da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi ratificada pelos brasileiros. “A visão monocular dificulta a compreensão das noções de profundidade e distância, causando limitações físicas, psicológicas, psicossociais, educacionais e laborativas, além de discriminação social aos usuários de próteses oculares”, argumenta Quintana.

O projeto havia recebido emenda modificativa, do deputado Fernando Scanavaca (PDT), estabelecendo que “fica classificada como deficiência visual a visão monocular abaixo de 50%”. No entanto, a emenda teve parecer contrário da Comissão de Saúde e acabou sendo rejeitada nesta quarta-feira, pelo Plenário. Conforme o deputado Dr. Batista (PMN), presidente da Comissão de Saúde, o Poder Judiciário reconhece a inclusão da visão monocular enquanto deficiência visual, sem qualquer graduação de deficiência: “Esta linha de pensamento está amparada em diversas decisões dos demais tribunais superiores e estaduais, inclusive o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná”.

Temas – Além dessa matéria, passou pelo Plenário o projeto nº 584/11, do deputado Nereu Moura (PMDB), denominando de Isidoro Koprowski a PR 670. Outra matéria aprovada, agora em segunda discussão, foi a que estabelece multa por dano ambiental caracterizado por qualquer ato que implique o depósito de lixo em logradouro público e propriedades rurais. Essa proposição (PL 029/11) é do deputado Hermas Brandão Junior (PSB) e teve anexada outra matéria, de iniciativa do deputado licenciado Osmar Bertoldi (DEM), por se tratar de tema semelhante. Antes de virar lei, o projeto precisa ainda ser submetido a mais uma discussão e votação em redação final, porque já recebeu emenda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O projeto de lei nº 342/11, que torna obrigatória a instalação de sistema de aquecimento de água por energia solar e aproveitamento de águas de chuva na construção ou reforma de prédios públicos, havia retornado ao Plenário para ser apreciado em segunda discussão. No entanto, as lideranças das bancadas partidárias solicitaram a retirada de pauta da matéria por 10 sessões. A proposição é de autoria dos deputados Luiz Accorsi (PSDB) e Rasca Rodrigues (PV). A matéria já recebeu emenda na Comissão de Ecologia e Meio Ambiente (em forma de substitutivo geral).

Durante a sessão foram aprovados sete projetos de lei e mais 56 indicações parlamentares. Para saber mais sobre os projetos aprovados, leia matérias no site e/ou acesse a Ordem do Dia – a pauta de votações.




Fonte: Assessoria de Imprensa (41) 3350-4188 / 4049

Projeto propõe licença maior para mãe com filho

Um projeto de lei apresentado pelo deputado Fabrício Falcão (PCdoB-BA) estende por mais três meses a licença-maternidade às servidoras públicas estaduais cujos filhos recém-nascidos sejam deficientes visuais, auditivos, mentais, motores ou sofram de má formação congênita. O prazo, de acordo com a proposição, passa a contar do mês seguinte ao término da licença-maternidade, que é de seis meses ou 180 dias, passando assim a nove meses ou 270 dias.


“Compete à Assembleia Legislativa da Bahia proteger os interesses da pessoa deficiente desde o seu nascimento. Permitindo ao portador de necessidades especiais ter os cuidados de sua mãe por um período maior”, argumentou Fabrício, na justificativa do documento. Para efeitos da lei, consideram-se deficiências todas aquelas classificadas pela Organização Mundial de Saúde e que necessitam de assistência especial, decorrentes de problemas visuais, auditivos, mentais, motores ou má formação congênita.

Além disso, determina o projeto, as deficiências dos recém-nascidos terão de ser comprovadas por meio de laudo médico fornecido por instituições médico-hospitalares públicas e competentes para prestar tal comprovação.

O parlamentar lembra que o nascimento de um filho deficiente configura situação que afeta o cotidiano de toda a família. “O que faz com que, obviamente, seja também de grande valia para a mãe poder ter mais tempo livre ao lado de seu filho no início de sua vida e para a família tranqüilizar-se ao ter conhecimento de que a mãe da criança acompanhará de perto os seus primeiros nove meses de vida”.

Fabrício Falcão conclui o documento argumentando que os direitos da família e, claro, da mãe da criança com deficiência devem ser alvo de atividades legislativas da Assembleia. “Portanto, estender a licença-maternidade das servidoras públicas que derem à luz a crianças portadoras se constitui como importante medida e mais um passo no sentido de ampliar, também, os direitos da família de deficiente, que deve, igualmente, ser prestigiada pela legislação”.

Fonte: Ascom do gabinete do deputado estadual Fabrício Falcão.

Sopa de Números na Educação Inclusiva

 

INGREDIENTES MÁGICOS: 1 xícara de muito conhecimento; 1 xícara de muita alegria e amor; 2 xícaras de sensibilidade; 1 xicara de prazer; 1 colher de dedicação. MODO DE FAZER: Pegue tudo e vá escaldando e misturando com muita dinâmica, alegria, e amor. Pronto: aí é só aproveitar esta chance de ricas trocas de experiências...! Ah, e quem resolver testar essa receita pode aumentar a dose de seus ingredientes, dando o que há de melhor em cada um!!! :-)



(Cubo mágico em Braille. Crédito:http://www.ingames.com.br/)

A Deficiência a impulsionou ser Luz para os outros

Atendendo um pedido da CENPE (Coordenadoria de Educação e Normas Pedagógicas) no ano de 1989, Marlene aceitou o convite para atuar como Educadora na classe especial para deficientes visuais no Município de Ribeirão Preto (SP), na Escola Estadual Professor Cid de Oliveira Leite, convite este levando-se em conta que os profissionais da área da deficiência visual da cidade já haviam se aposentado, e que necessitavam de alguém qualificado para substituí-los encontrando esse perfil na educadora Marlene para assumir a educação de deficientes visuais dessa cidade e efetivar o processo de inclusão.
Após receber o convite, Marlene, ao perceber o resultado positivo de seu trabalho na cidade de Lorena, sentiu o desejo de voltar a viver mais próxima de seus familiares e de poder realizar um outro sonho acalentado durante anos: poder desenvolver um trabalho diferenciado em sua região que atendesse às necessidades das pessoas com deficiência visual, no qual pudesse servir a Deus através de seu próximo. Com vistas a esse desejo, veio para Ribeirão Preto.
Após ter se transferido para Ribeirão Preto, Marlene realiza mais um curso superior se especializa em psicopedagogia na Universidade de Franca (UNIFRAN), concluindo em 1995.
Assim sendo, no ano de 1990, teve início seu trabalho na nova cidade, indo trabalhar na E.E. Prof. Cid de Oliveira Leite, onde novamente teve de superar barreiras na sua adaptação e pela aceitação dos alunos, pais de toda comunidade educacional, pois era a primeira vez que Ribeirão Preto contava com uma professora cega na rede estadual de ensino. Mas isso foi superado e logo seu trabalho passou a ser admirado, respeitado, e reconhecido, por sua iniciativa que se introduziram trabalhos extra-classe como educação física adaptada, datilografia, iniciação à língua inglesa, canto, violão, teclado entre outras atividades que facilitassem a inclusão das pessoas com deficiência visual.
Um ano depois de ter chegado à cidade de Ribeirão Preto em 1991, Marlene prestou concurso na prefeitura local para professora, tendo sido aprovada e posteriormente ingressado no Centro de Educação Especial e Ensino Fundamental Egydio Pedreschi, no qual atua até os dias de hoje.
Marlene é professora da sala de recursos para deficientes visuais da rede Estadual e Municipal de ensino de Ribeirão Preto onde trabalha com a alfabetização pelo sistema Braille e/ou escrita ampliada e também na orientação dos profissionais docentes para exercerem seu papel junto às crianças e adolescentes com deficiência visual.

Semana de C&T terá atividades para alunos com necessidades especiais Manaus AM

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Manaus, que acontecerá de 20 a 22 deste mês, vai oferecer atividades para estudantes com deficiência visual e auditiva da capital. A programação será oferecida nos dias de 4 a 7 de outubro em duas escolas estaduais da cidade.
De acordo com a Chefe do Departamento Técnico-Científico da Sectam, Sílvia Paz, as atividades de inclusão social têm o objetivo é incentivar mais pessoas a também se sensibilizem e compartilhem conhecimentos com o público.

Durante os quatro dias de palestras, o projeto “Papo Ciência na Escola” levará conhecimentos nas áreas de C&T aos estudantes. As exposições iniciam às 15h30 nas Escolas Estaduais Mayara Redman Aziz, localizada na Avenida Jornalista Umberto Calderaro Filho, nº 903, Adrianópolis, Zona Centro-Sul) e Augusto Carneiro, Avenida Joaquim Nabuco, nº 2.274, Centro, Zona Sul.

ProgramaçãoNesta terça-feira (4), os alunos participaram da palestra “Direito dos Deficientes”, na Escola Estadual Mayara Aziz, com o juiz de Direito da 1ª Vara do Juizado Especial Cível, Paulo Feitoza.

Na quarta-feira (5), os alunos da Escola Estadual Augusto Carneiro irão acompanhar o tema “Ano Internacional da Química” com o químico e presidente do Conselho Regional de Química (CRQ) da 14ª Região, Avelino Cuvello.

Na quinta-feira (6), o tema abordado será o tema “Agressividade com os colegas e em família”. A palestra acontece na Escola Estadual Augusto Carneiro com o psicólogo e professor da Escola Superior Batista do Amazonas (Esbam), Enio Rodrigues.

Ainda na quinta, os alunos da Escola Estadual Mayara Aziz irão participar de um bate-papo com uma nutricionista do Serviço Social da Indústria (Sesi). No dia seguinte será abordado o tema “Lúdico na Aprendizagem” com desenvolvido pelo pedagogo Fernando Marinho Marcelino

Irajá e Santa Cruz abrigam quatro escolas de dança

Os bairros Jardim Irajá e Santa Cruz são conhecidos pela boa localização e por sua pacatez. Mas deveriam ser conhecidos também como bairros... dançantes.

Neles estão quatro escolas: Espaço Dânia Amaral, Centro Médico, Espaço Passo a Passo e Adevirp (Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto). É isso mesmo. No Irajá, até mesmo deficientes visuais vão para o salão.

O professor de dança Márcio Evangelista, 38, é quem comanda a turma. "O trabalho com eles é muito bacana. Vem gente de toda região participar", conta.

Márcio dá aulas voluntariamente na Adevirp e também é dono do Espaço Passo a Passo, que tem uma turma especial para a terceira idade.

"Somos todas do Irajá. Além de amigas, dançamos [risos]", diz a aluna Teresa Lourenço, de 71 anos.


Debutando

A estudante Julia Venozo, de 15 anos, durante um mês, preparou uma surpresa para sua festa de debutante. "Queria fazer alguma coisa diferente, então preparamos um tango eletrônico para ocupar o lugar da valsa", revela a garota.

A iniciativa deu ânimo à Julia. "Quem sabe mais para frente começo com aulas permanentes".

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Ouvir o que não se vê

Macau já tem uma associação de promoção dos direitos dos invisuais, mas ainda não vende bengalas para quem tem dificuldade em ver. Computadores falantes e autocarros mais comunicativos estão na lista das prioridades.
Mais do que grandes alterações físicas ou arquitectónicas, o que os deficientes visuais – parcial ou totalmente cegos – precisam é de melhorias ao nível dos transportes, sinalética e tecnologias. Na véspera do Dia Mundial da Bengala Branca, uma nova associação de apoio aos invisuais falou da necessidade de pequenas mudanças e de sensibilização da população.
A organização não-governamental ORBIS aproveitou a aproximação da efeméride para lançar uma campanha de angariação de fundos para os países em desenvolvimento e conseguiu, só em Macau, 930 mil patacas. Foram oito mil os que quiseram contribuir para o melhoramento da saúde visual no mundo.
Albert Cheong, presidente da recém-formada Associação de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência Visual, explica que há cerca de 350 pessoas com deficiências visuais inseridas no programa de apoio social do Governo, mas que muitas mais existirão “escondidas”. Criada em Julho, a sua associação – a primeira deste tipo em Macau, composta inteiramente por invisuais – conta com apenas dez membros, mas espera crescer rapidamente.
“Há muitas pessoas que estão escondidas, que não sabem que são deficientes visuais, que ficam em casa. Queremos dizer-lhes que não são inúteis, que podem trabalhar, podem ir à escola, formar família, ter filhos como toda a gente”, disse Cheong, que estima que existam mil a duas mil pessoas a sofrerem de algum grau de deficiência visual. Ele próprio, que apesar de não ser totalmente cego não consegue ver imagens nítidas, completou a sua formação universitária nos Estados Unidos.
Albert Cheong quer acabar com ideias feitas sobre a cegueira e sensibilizar a população. “Na cultura chinesa, quando as pessoas ouvem falar de deficiência visual pensam logo no cego que não vê nada, mas há muitas pessoas, como eu, que não conseguem ver bem.” Muitas delas, explicou o presidente da associação, vivem na sombra da sua incapacidade sem saberem que podem pedir ajuda.
iPads que falam
Macau é cidade de obstáculos, mas não daqueles em que se pensa imediatamente. Cheong não menciona dificuldades em atravessar ruas ou aceder a edifícios, mas sim outras barreiras. “Quando se fala de acesso, as pessoas pensam logo em acesso físico, mas nós temos uma deficiência sensorial, precisamos de outro tipo de ajuda”, apontou. E deu um exemplo: “Quando vou a uma casa de banho pública nunca sei qual é a masculina e qual é a feminina”. O dirigente explicou que existe um código internacional para as casas de banho onde a das senhoras é representada por um círculo e a dos homens por um triângulo. Esta sinalética ajuda aqueles que têm dificuldades de visão, mas não é utilizada em Macau.
No topo das prioridades Cheong coloca uma bem que pode gerar surpresa. “Toda a gente consegue usar o computador, certo? Eu não. Porque na biblioteca o computador não tem software de voz.” Algo aparentemente simples, como a instalação de um programa, permitiria a utilização do aparelho, muito procurado pelos que têm dificuldade em ver. “As pessoas cegas podem usar tudo. O computador pode falar, o iPad pode falar, o iPhone pode falar. Até os relógios e as calculadoras falam”, disse o responsável, apontando que “as novas tecnologias podem tornar tudo mais acessível”.
No que toca à mobilidade motora, falta algo essencial na RAEM: bengalas para cegos. Quem as quiser terá de ir a Hong Kong comprá-las. “É muito triste, uma coisa tão simples, 250 ou 300 dólares, e em Macau não se encontra em lado algum”, lamentou Cheong.
Um dos projectos da associação é dar formação, não só para o uso da bengala, mas também direccionada às famílias. “Como é que um familiar deve lidar com a cegueira de alguém próximo? E ao contrário: como é que um cego enfrenta a família e amigos? Como é que aprende a andar na rua sozinho?”. São questões a que quer ajudar a dar resposta.
Olhar o verde ao longe
Winky Kong está no último ano do curso de Psicologia da Universidade de São José. Um tumor roubou-lhe a visão há quatro anos mas isso não o fez desistir. Na universidade teve todo o apoio de colegas e professores, e contou com a preciosa ajuda do seu “computador falante”. Hoje é vice-presidente da Associação de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência Visual.
Na altura de falar com os jornalistas, munidos de câmaras de filmar e fotográficas, o universitário ajeitou o casaco: “O maior problema nas aulas é não conseguir ver as imagens, mas os meus colegas explicam-me sempre e os professores enviam-me a informação dos powerpoints com antecedência para perceber melhor as aulas”. Na São José há mais dois alunos com deficiências visuais.
A maior dificuldade que enfrenta é mesmo a da mobilidade. Todos os dias a mãe o leva às aulas porque Kong não consegue ir sozinho. “Não posso ir de autocarro porque não consigo saber qual é o número”, lamentou. Para o jovem, a situação poderia resolver-se com algum apoio dos condutores, mas por agora prefere não arriscar.
Vivian Lo, responsável pela ORBIS Macau, lembrou que 80 por cento das pessoas cegas, total ou parcialmente, podia ter sido curada caso tivesse recebido a assistência médica apropriada. “Não é só nos países mais pobres que estes problemas se manifestam. Em cidades modernas como Macau e Hong Kong as pessoas têm actividades que cansam muito os olhos, aumentando o risco de problemas de visão”, referiu.
Lo insistiu na importância da prevenção e deixou conselhos: “As pessoas devem descansar os olhos com frequência, não usar computadores em demasia e, sempre que possível, viajar para o campo, onde possam contemplar o verde e ver imagens ao longe”. I.S.G

Baiano está hospedado na casa de uma amiga em Fortaleza. Marcelo disse que levou 'Porsche' para acompanhá-lo no show do U2, em SP

O baiano Marcelo Monteiro, 32, que tem deficiência visual, veio a Fortaleza acompanhado do cão-guia, o Porsche, somente para ver o show da banda britânica Deep Purple na última sexta-feira (7). “Sempre quis ir a esses shows de bandas que admiro, mas nunca tive com quem ir. Agora, com o Porsche, estamos em todas”, explica Marcelo.

“Sou fã do Deep Purple desde adolescente e gosto mais da fase antiga da banda”, afirma Marcelo, que disse ter se empolgado no show com os clássicos “Highway Star” e “Smoke on the Water”. “É um som universal, que perdura ao longo das décadas e é muito bom saber que uma banda da década de 60 atrai muita gente jovem”, disse o baiano.

Em Fortaleza, Marcelo está hospedado na casa de uma amiga que veio deixá-lo no show e não é a primeira vez que ele sai de Salvador só para assistir ao show de uma banda internacional em outro estado. “Tenho o Porsche desde janeiro e ele também me acompanhou nos shows do U2 e do Whiteskane, em São Paulo”, disse Marcelo.

Deficiência Visual na Universidade: a história de Norman

 




Oooooopa!!! No "plantão internético" de hoje, o "Sopa" traz para você a história do estudante universitário Norman Percival, que cursou Serviço Social na Universidade Federal do Pará - e que, à época do depoimento, era aluno de especialização em Políticas Públicas no mesmo estabelecimento.

A história de Norman foi publicada no site Livro Acessível Universal. Ele conta como foi seu preparo para o vestibular, como era a sua vida acadêmica na UFPA, quais as dificuldades para conseguir ter suas necessidades educacionais atendidas... Peraí... necessidades educacionais especiais?! Isso mesmo, o rapaz possui baixa visão severa!!! E ele ainda conta quais as dificuldades (e a falta de compreensão das pessoas) em aceitar e entender as necessidades de uma pessoa de visão subnormal - que possui diversas limitações em relação a uma pessoa normovisual, mas não tem a condição visual tão comprometida como uma pessoa totalmente cega!!! Ou seja, é o intermediário entre o normovisual e o cego. (Mesmo assim, há diversos graus de visão subnormal, você sabia?)

Conforme Norman diz em seu depoimento no referido site, " (..) Costumo sofrer o que chamo de "discriminação às avessas", ou seja, algumas pessoas não compreendem porque eu tenho de usar bengala, pois não entendem que existem fases intermediárias entre quem enxerga e a cegueira [grifos do autor]. (...)" Ou então, ele diz, ainda: "Algo que me chamou muito a atenção foi uma reunião que tive com uma diretora junto com outros colegas deficientes visuais, ela tinha uma cara de espanto por eu poder olhar na direção dela. Talvez estivesse acostumada a ver os colegas deficientes visuais que não conseguem disfarçar suas expressões faciais e que demonstram através da mudança de postura seu desconforto com certas situações." [grifos do autor].

Mas também ele completa, no que se refere à necessidade de atendimento especializado: "Tenho a dizer aos administradores de instituições de ensino que tenham ou ainda terão pessoas com deficiência em seu corpo discente que não tratem alguém com baixa visão severa como se ela não fosse deficiente visual e não precisasse do mesmo atendimento que os alunos cegos. Para a lei somos tão cegos como os outros. Se eu fosse uma pessoa com baixa visão que tivesse capacidade de leitura nem procuraria atendimento especializado". [grifos do autor].

Veja o texto original, completo, aqui: http://www.livroacessivel.org/universidade-acessivel-norman.php

Esporte sem preconceito

Ação de integração entre deficientes visuais serve de ideia para criar a seleção cratense de futsal para cegos
Para integrar socialmente os deficientes visuais do Crato e sensibilizar as famílias, o Conselho Comunitário de Defesa Social (CCDS) organizou o I Torneio de Futsal Para Cegos. Os integrantes da Seleção Maranhense de Futsal para Cegos e da Associação dos Deficientes Visuais do Maranhão se enfrentaram na noite de segunda-feira, na Quadra do Bicentenário.

Durante a partida, os jogadores dois times mostraram que no esporte não há limites e serviram de exemplo para os cegos que ainda sofrem preconceito. No Cariri, ainda não existe nenhuma seleção de jogadores com esse tipo de deficiência.

Porém, após o jogo, o Centro Educativo de Apoio às Pessoas com Deficiência Visual planeja formar a primeira seleção cratense de Futsal para cegos. De acordo com o fiscal da instituição, Antônio Rosa da Silva, a iniciativa estimulou quem não acreditava que os cegos também podem jogar bola. "É importante que no esporte e no mercado de trabalho os cegos sejam incluídos".

Quem esteve abrilhantando o jogo foi o vice-campeão Brasileiro na Copa Brasil, Marcos Rogério. Ele irá participar do Parapan-americano que será realizado no México no próximo mês de novembro. Marcos revela que o futsal foi essencial no seu processo inclusão. "Para mim é importante estar na seleção. Vou lutar por uma medalha de ouro para o Brasil", revela.

TJ-SP determina que professora com deficiência visual assuma o cargo

TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) concedeu a uma professora com deficiência visual o direito de assumir o cargo. A justiça determinou ao município de Ubatuba a posse da candidata no cargo de professora, destacando que a compatibilidade entre as atribuições do cargo e a sua deficiência seja avaliada durante o estágio probatório pela equipe multiprofissional. A decisão foi proferida na última sexta-feira (7/10) pelo juiz João Mário Estevam da Silva, da 1ª Vara Judicial.

Aprovada em 1º lugar em concurso para professor - PEB I (Edital 008/06), a professora foi considerada inapta após passar pela perícia médica e constatar a deficiência visual. Em seu pedido, a autora argumenta que o resultado não pode ser aceito porque a deficiência que a acomete nunca a impediu de exercer suas atividades de professora, tanto que lecionou em Ubatuba e em outros municípios.
O juiz, em sua decisão, afirma que a autora será devidamente avaliada quando submetida ao estágio probatório. “É intuitivo que a avaliação da compatibilidade entre as atribuições do cargo e a deficiência do respectivo candidato será eficazmente realizada no bojo do estágio probatório, podendo ser exonerado caso não seja aprovado (artigo 20, Lei 8.112/90).”
Segundo o magistrado, ainda que “o edital preveja a possibilidade de exclusão do candidato portador de deficiência incompatível com as atribuições do cargo e que tal exame será realizado após a convocação para a nomeação, não se afigura razoável que do candidato seja previamente retirada a possibilidade de demonstrar sua real capacidade, aptidão e adequação, não sendo suficiente que apenas um profissional médico – por melhor que seja sua técnica –, defina-o como incapaz”.
O magistrado ressalta ainda que a professora foi aprovada em 1º lugar, ostenta farta experiência profissional e um considerável número de atividades científicas, o que demonstra ser pessoa empenhada, dedicada, zelosa, e voltada ao aperfeiçoamento. Para ele, tais elementos são relevantes e não podem ser desprezados. “Ao contrário, evidenciam que, apesar da deficiência de que é portadora, a autora busca sua integração social, competindo com outras pessoas desprovidas da mesma condição peculiar. Essa realidade, ao que parece, é desconhecida do profissional que avaliou subjetivamente a autora, conduzindo à precipitada conclusão de tê-la como inapta para assumir o cargo”, declara.
João Mário Estevam salienta que ao proferir a sentença fez o uso apenas da mão esquerda, por ter a mão direita impossibilitada, momentaneamente, em decorrência de uma lesão nos tendões – constatada há dois dias – e que apesar de ser condição estranha ao mérito da demanda, tal condição trouxe a ele a clara visão de que estar incapacitado é conclusão que demanda análise mais profunda

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Entrevista de O Poti repercute e deficiente visual ganha exame e computador

"Sonhos são como deuses: e não se acredita neles, eles deixam de existir". Até parece que a frase do poeta Antônio Cícero foi feita exclusivamente para a adolescente Leyde Catarina do Nascimento Silva, personagem principal da reportagem publicada na edição deste domingo em O Poti sobre a inclusão de alunos deficientes nas escolas de Natal. O sonho da adolescente de poder retornar à escola que havia deixado para trás porque ficou cega e sua escola não tinha condições de lidar com a sua deficiência, está próximo de se realizar.

A matéria teve grande repercussão e, ontem, a direção da Casa de Apoio da Criança com Câncer Durval Paiva ligou para o Diário de Natal e para a mãe da menina, Edilásia Nascimento Silva e se comprometeu em doar o material e os equipamentos necessários para Leyde voltar à sala de aula bem como o exame "equaporina 4" que ela precisa fazer para diagnosticar a doença e poder iniciar o tratamento, o que poderá garantir que não tenha novos surtos e perca outras funções do organismo. De acordo com o presidente da Casa de Apoio, Rilder Campos, a garota vai receber um notebook equipado com softs de leitura de tela, um kit de braille e, ainda, um gravador, que vai permitir gravar e acompanhar todas as aulas.

Além disso, Edilásia Nascimento recebeu ontem uma ligação da Secretaria de Educação do Estado para se reunir com ela e com a direção da Escola Estadual Alferes Tirandentes, no conjunto Santarém, para se chegar a um termo e evitar que a menina perca o ano letivo e prover outras situações que dependam do Poder Público. A primeira parte da promessa já está cumprida, a mãe acompanhou ontem a filha para o exame laboratorial cujo resultado está previsto para o dia 28 deste mês. O exame que custa R$ 470 não poderia ser feito pelo SUS e os pais da menina, desempregados, não teriam como pagar a conta.

Para Edilásia, esse foi um sonho que virou realidade. "Foi uma grande surpresa que certamente vai transformar a vida de minha filha já tão sofrida. Esse exame vai garantir a ela um tratamento que antes não era possível porque não se tinha um diagnóstico. Por isso, quero agradecer de público a seu Rilder, a Fernando e à reportagem do Diário de Natal por essa felicidade que não tenho palavras para descrever", disse emocionada a mãe da garota. Desde que a situação da adolescente se agravou que a mãe se dedicava a ela completamente, é um arotina cansativa, entre médicos, psicólogos e fisioterapeutas.

Entrevista >> Márcia Maria Ribeiro Peixôto

Como a família deve proceder quando tem uma criança com deficiência fora da sala de aula? E, no caso específico da Escola Alferes Tiradentes, qual seria o procedimento correto?


A primeira atitude é buscar o órgão competente, neste caso, a Subcoordenadoria de Educação Especial para comunicar e resolver a situação.

O que a escola deve fazer quando se depara com o caso de um aluno com deficiência e o estabelecimento não conta com recursos nem com profissionais especializados para atendê-lo?

A escola sabe que pode contar com a Subcoordenadoria de Educação Especial principalmente através do Serviço Itinerante e Salas de Recursos Multifuncionais.

Como a Seec tem trabalhado a inclusão em sala de aula?

Estamos contribuindo através dos Cinco Centros de Educação Especial: Natal, Mossoró, Areia Branca, Santa Cruz e Apodi; Centro de apoio Pedagógico para atendimento às pessoas com deficiência Visual - Cap/Natal, Centro de apoio às pessoas com Surdez CAS - Natal e Mossoró, Núcleo de Altas habilidades/Superdotação -NAAHAS - Natal, Núcleo de apoio à aprendizagem do Surdo - NAAS Currais Novos, Núcleo de apoio à aprendizagem do Surdo - NAAS Currais Novos, Programa de implantação de Salas de Recursos Multifuncionais no RN - Atendimento Educacional Especializado, Tecnologia Assistiva, Programa de expansão e melhoria da rede física escolar no RN - acessibilidade, Implantação do Professor Auxiliar/2005, Implantação do transporte escolar adaptado/2005, Matrícula antecipada 2005- 10.676 alunos, Serviço de Itinerância assessoramento a 119 escolas da capital, Formação continuada em áreas específicas da educação especial, Classe hospitalar - 5 entidades parceiras, Projeto de monitoria de instrutores e intérpretes de LIBRAS para a educação básica.

Qual o número de alunos com deficiência que estão em sala de aula?


De acordo com o número do Censo 2010, temos 10.676 alunos incluídos em sala de aula do ensino regular.

E o número de alunos com deficiência que ainda não estão incluídos, quais motivos?

Sabemos que existe uma parcela de beneficiários da prestação continuada - BPC - que ainda não freqüentam a escola,portanto estamos estabelecendo parcerias com as Prefeituras e Promotoria para identificar as causas e no que depender da nossa avaliação encaminhá-los para a escola mais próxima de sua casa.

Quais os principais problemas que têm prejudicado o acesso de pessoas com deficiência, em idade escolar, à sala de aula?

A falta de informação por parte da família que busca em primeiro lugar o tratamento clínico na tentativa de "curar" a pessoa e só mais tarde é que busca a escola. A desculpa ainda usada por algumas escolas que afirmam não estar preparada, quando essa não é mais aceitável. Estamos vivendo um tempo diferente, um tempo que precisamos valorizar a diversidade e respeitar as diferenças.

Crianças de Araçatuba criam "lupa" para ajudar deficiente visual

A "Lupa Tecnológica" passa sobre um texto e o projeta em um computador, com as letras ampliadas.