domingo, 21 de agosto de 2011

Mostra defende a inclusão visual


Juntos Grupo de participantes e organizadores da 1ª Mostra de Inclusão Visual, que será aberta hoje para convidados no Casarão do Carmo
DANILO SANS
Hoje é o Dia Mundial da Fotografia. Para comemorar a data, o Fotoclube do Alto Tietê irá realizar a 1ª Mostra de Inclusão Visual, a Imaginasom, no Casarão do Carmo, com objetivo de trocar experiências entre as pessoas que enxergam e as que não podem perceber o mundo por meio da visão. Um dos destaques da exposição será a releitura fotográfica, feita por pessoas com deficiência visual, física, mental moderada e intelectual do selo comemorativo de 400 anos de emancipação da Cidade.

A presidente do Fotoclube e curadora da exposição, Tina Andrade, conta que a finalidade é chamar a atenção para a possibilidade de inclusão de deficientes na produção e consumo cultural. "Na teoria é tudo muito bonitinho, mas como a gente pode colocar isso na prática?", questiona. Ela diz que é possível levar uma pessoa com qualquer tipo de deficiência a uma exposição, ao cinema ou ao teatro. "E a gente vai mostrar como pode ser feito", afirma Tina.

A releitura do selo, aliás, será também uma experiência sensorial. As pessoas poderão sentir as fotografias por intermédio de uma mesa digital, como se fosse um tablet, com a reprodução das imagens em alto relevo. "A mesa é tátil, inteligente, e o pessoal vai poder conhecer essa tecnologia. Além de sentir aquilo que está sendo mostrado, você ainda tem a informação sobre a área que está tocando. Isso para quem não enxerga é o máximo", relata Tina. Ao contrário do que diz o ditado, para ela uma imagem não vale mais do que mil palavras. "Tente colocar uma fotografia na mão de alguém que não pode vê-la?", questiona.

Imagine-se conhecendo o mundo exclusivamente pelo ponto de vista de outras pessoas. "Não posso só dizer que algo é lindo. Preciso dar condições para que você possa fazer seu próprio julgamento e ser independente", conta Tina. A experiência que será realizada irá mostrar às pessoas que enxergam como é possível criar uma imagem mental. "Elas vão perceber como um deficiente visual vê a fotografia", adiciona. A partir daí, qualquer pessoa interessada poderá ter informações para incluir isso em outras ocasiões.

Além da exposição e da mesa tátil, os visitantes poderão participar de palestras como parte da pesquisa de mestrado de Tina Andrade sobre o que é possível ser feito na questão de acesso global à informação a partir da inclusão visual. Como convidada, a artista plástica Lily Caporali irá apresentar dois painéis, e a diretora financeira do Fotoclube, Marisa Shiroto, levará uma obra exibida em relevo, produzida com o auxílio de uma impressora em braile e tinta.

A estrutura da mostra conta com duas salas do Casarão do Carmo, já conhecido por ser um dos prédios municipais com pouca ou quase nenhuma facilidade de acesso. "A ideia é deixar como legado a proposta da adaptação do local, além de uma agenda de recursos e informações criativas aos deficientes da Cidade. Queremos fazer de Mogi das Cruzes uma referência no compartilhamento da cultura e da arte para a pessoa com deficiência", finaliza Tina, dizendo que as fotografias da exposição são uma homenagem à Cidade feita por pessoas com algum tipo de limitação e que esperam, um dia, poder receber de volta o mesmo carinho com que prepararam as imagens.

A abertura da exposição para convidados será realizada hoje. Já nos dias 22, 23 e 24, a mostra ficará disponível ao público das 10 às 17 horas, sendo que as palestras e as experiências sensoriais acontecem sempre das 10 às 11 horas. O Casarão do Carmo fica na Rua José Bonifácio, 516, no Centro de Mogi. A entrada é gratuita

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