quinta-feira, 25 de agosto de 2011

DESCORTINANDO A EXPRESSÃO CORPORAL E PERCEPÇÕES CORPORAIS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EM DEFICIENCIA VISUAL

DESCORTINANDO A EXPRESSÃO CORPORAL E PERCEPÇÕES CORPORAIS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EM DEFICIENCIA VISUAL

 





Sandra Regina Mane
Graduada em Pedagogia pela Universidade Salesiana de Americana - UNISAL – SP,
Especialista em Educação Especial pela Pontifícia Universidade Católica de CampinasPUCC em Campinas.
E Especialista em Tradutora e Intérprete em Língua Brasileira de Sinais
e-mail: sandra.mane@bol.com.br



Resumo: Este estudo de caso apresentado investiga uma oportunidade de inclusão, de pessoas portadoras de deficiência visual na expressão corporal e percepções corporais na dança de salão. Fundamenta-se na necessidade de favorecer e dar oportunidade à pessoa com deficiência visual de encontrar alegria e harmonia de vida, diminuindo os traumas da deficiência e ansiedade da exclusão social. Essa pesquisa foi concluída, com duas pessoas cegas congênitas, uma moça chamarei de sujeito um e um senhor chamarei de sujeito b.

Palavra chave: cegueira; estudo de caso, percepções corporais.

Resumo: Este estudo de caso investiga a possibilidade de inclusão de pessoas com deficiências visuais na linguagem corporal e percepções do corpo na dança de salão. Com base na necessidade de incentivar e dar oportunidade para a deficientes Visual pessoa encontrar alegria e harmonia da vida, diminuindo o trauma da deficiência e a ansiedade da exclusão social. Esta pesquisa foi concluída com duas pessoas cegas congênitas, uma mulher que eu vou chamar o assunto a e um homem que chamo b.

Palavras-chave: cegueira; estudo de caso, percepções do corpo.





Introdução

Vivemos num mundo de descobertas, de surpresas, num mundo dinâmico, onde o homem procura diversas formas de integração, se apresenta com um eterno convite à criação. A criatividade é algo inseparável do homem, se revela num campo artístico, em suas experiências e momentos de vida. A arte é uma experiência que está presente em todas as pessoas, refletida através de manifestações. Nela percebe-se uma exteriorização visível do corpo de sentimentos e emoções, ao o cerca.
Hoje em dia, uma Expressão Corporal e uma dança estão presentes em vários lugares, com vários ritmos e formas, variando entre uma utilização de corpo inteiro em movimentos livres e abertos, e aquelas em os movimentos são limitados em determinadas partes do corpo, portanto, acredito que a expressão corporal e uma dança é deixar unir uma arte de representar com a arte de deixar o seu corpo criar o próprio movimento.
Uma pesquisa desenvolvida buscar compreender o significado de alguns resultados obtidos através de estudos de caso desenvolvido, pretende buscar uma compreensão do significado da expressão corporal e das percepções corporais como estratégia de ensino para portadores de necessidades especiais com deficiência visual.
Este projeto fundamenta-se na necessidade de favorecer e dar oportunidade aos atendido de encontrarem alegria e harmonia de vida, diminuindo os traumas da deficiência e ansiedade da exclusão da sociedade.
Uma expressão corporal através da dança é utilizada por meio de desenvolvimento dos movimentos naturais que são: o espaço, o tempo, o ritmo e uma dinâmica, em harmonia, possibilitando uma flexibilidade gestual, uma comunicação e expressão e compreendendo o movimento humano com capacidade expressiva.
Para Laban (1978)-o movimento é considerado um processo ligado ao pensamento, ao sentimento, a toda uma estrutura inferior e não apenas um ações externas, vinculadas à estrutura social.
Para Silva, dentro de (1993) que a educação é um processo de crescimento, portanto a educação através da dança é conceitualizada como um processo criativo. Uma análise do processo de ensino/aprendizagem na dança pode levar-na um caminho em que uma arte esteja a serviço da educação, assim como do crescimento da pessoa/aluno como um todo, ao contrário de estar somente objetivando o desenvolvimento de habilidades técnica. Dessa forma pode-se pensar também que uma facilitadora está narrando os passos de dança ou de expressão corporal para uma pessoa cega pode ser considerado também um educador de ensino/aprendizagem. Pois é também, além do tateamento pelo corpo, é através do narrador o educando vai aprender a desenvolver toda uma técnica da expressão corporal através dos estímulos verbais.
Quando Benjamin (1994 – p. 197) fala em seu texto sobre as considerações da obra de Nikolai Leskov que "... uma arte é de narrar está em vias de extinção. São cada vez mais raras como pessoas sabem narrar devidamente... ". Acredito que uma pessoa cega só consegue perceber o contexto através da audiodescrição dos conteúdos a ser transmitidos ou de imagens através da figura do narrador. Benjamin (1994 – pág. 200) afirma que "Para obter essa sugestão, é necessário primeiro saber narrar uma história (sem contar que um homem só é receptivo a um conselho na medida em verbaliza uma situação de sua.)"
Quando pensamos num corpo dançante, pensamos num corpo íntegro, que estabelece um contato físico, como podemos observar na dança de salão, onde tem uma participação constante de dois corpos em harmonia.

Método

O trabalho desenvolvido é de campo, com duas pessoas cegas congênitas profundas, de sexo oposto e com idades diferentes, e adotando alguns referenciais, do método exploratório investigativo, através de encontros, além de contar com o apoio de algumas referências bibliográficas.

Definições:

Portadores de cegueira total

Acuidade visual inferior a 0,05 (tabela de referência de Snellen), em ambos os olhos, após uma máxima correção óptica possível. Inferior visual de campo um 20 °.
Ausência total de visão até uma perda da projeção de luz. O processo de aprendizagem se dará através da integração dos sentidos: tátil-cinestésico-auditivo – olfativo – gustativo, utilizando o Sistema Braille como meio principal de leitura e escrita.

Portadores de visão subnormal parcial (baixa visão)

Acuidade visual de 0,05 à 0,3, em ambos os olhos, com a melhor correção óptica possível. O processo educativo se desenvolverá por meios visuais ainda seja necessária a utilização de recursos específicos. Estou citando apenas um existência deste ponto, porque neste artigo, não trabalharei com uma visão subnormal ou parcial.

Participantes:

Descrição dos sujeitos do estudo de caso

Sujeito a: moça de 24 anos, cega congênita, até aquele momento era participante do grupo de dança da PUCC de Campinas, com a Profa. Mari Gândara. e tinha noções de dança de salão. Trata-se de uma pessoa bem independente em suas atividades diárias, como por exemplo, lavar louça, fazer comida, limpar a casa, trabalha em telecomunicações em Campinas e é casada.

B: sujeito cego congênito, senhor de 50 anos, participava pela primeira vez de um trabalho de desenvolvimento com dança de salão. É fisioterapeuta aposentado da Unicamp e também tinha um trabalho relacionado á dança com o Jazz, e teatro, e não tinha noções de dança de salão anteriormente. Tem muita resistência muscular, tem claramente noção espacial.
Apresentava movimentos estereotipados de balançar as mãos e o corpo, pelo motivo de trabalhar como fisioterapeuta ao longo de vários anos. Andava sempre com o auxílio de bengala, e quando estava em algum lugar familiar, ou amparado pelos colegas dispensava o auxílio de bengalas, usando apenas o tateamento ou auxílio de journalists.


Procedimento

O procedimento usado pelo grupo era através dos seis pontos espalhados pelo corpo (ombros, crista ilíaca e joelhos) para desenvolver atividades relacionadas à composição coreográfica corporal, através do ritmo, utilizando vários instrumentos musicais, tais como chocalho, do coco para marcar o ritmo.
Nos dois casos também foram realizados o ensino/aprendizado da dança, foi desenvolvido exercícios, com bases técnicas de dança, e passos de dança de salão. uma percepção foi feita através do tateamento pelo corpo e dos estímulos verbais.
Cada encontro era construído em torno dos impasses os sujeitos experimentavam na construção conforme o avanço de conscientização dos ritmos de cada um. Era proposta uma estratégia a cada impasse relatado pelos sujeitos... Algumas vezes tais estratégias eram redimensionadas pelos alunos.


Resultados e Discussão

Os resultados foram discutidos em parceria com os sujeitos. Na análise dos resultados consideram-se pertinentes alguns eixos: as transformações do corpo por advento da expressão corporal, como limitações provenientes da deficiência visual Segundo Tavares (2003): "O reconhecimento e aceitação de nossas limitações corporais ganham aqui o significado de diferenciação e amadurecimento.

Caso 1: O sujeito uma tinha noção do espaço físico, onde ela realizou suas atividades corporais. UE não precisei relatar uma percepção do espaço, por se tratar de lugar familiar pela moça.

Caso 2: O sujeito b. Não tinha noção do espaço físico o qual foi oferecido para a realização de suas atividades corporais. Neste caso, precisei relatar todo o espaço físico para ele pudesse se localizar e perceber o espaço melhor.

Uma noção corporal por meio do tateamento corpo e dos estímulos verbais, contribuíram para a percepção do movimento da dança, da expressão corporal e memorização dos passos.

Com estes elementos do movimento, o grupo adquiriu domínio, equilíbrio, força e coordenação geral, através de técnicas apropriadas à sua condição física sobre os movimentos.


Considerações finais

Estes resultados indicam a necessidade de retomar o tema do corpo como suporte. A dança é dividida em bailarinos já conhecem e vivem uma dança em suas vidas, e aqueles ainda não encontraram oportunidade de descortinar uma dança em suas vidas, o existe dentro de si o desejo de se expressar corporalmente.
Acredito que a dança é uma tomada de consciência para seu ser e para seus próprios sentimentos. É a partir aluno descobre o potencial de conhecimento para ocorrer o processo de aprendizagem dos exercícios técnicos dos alunos, parte do momento em ele se permite descobrir a sua aprendizagem. Neste caso o professor tem uma função de facilitador do processo ensino-aprendizagem para os cegos.
Penso que as pessoas com necessidades sensoriais dançam com sentimento, encontrando alegria e harmonia de vida, junto com uma emoção, uma intimidade, acabam facilitando seu aprendizado, diminuindo os traumas da deficiência e ansiedade da exclusão da sociedade.
Portanto, conclui-se que, como indicado por Masini (1994), um educação da pessoa com deficiência visual deve ser guiada pelos referenciais o deficiente visual possui do mundo.




Referências


BRUNO, Marilda Moraes Garcia O desenvolvimento integral do Portador de Deficiência Visual: da Intervenção precoce à Integração Escolar. 2000?

CÂNDARA, Mari A Expressão Corporal do Deficiente Visual – Coreografando o Cotidiano. Brasília: MEC, 1994.
Deficiência Visual: Reflexão sobre Prática Pedgagógica – São Paulo: Laramara, 1997.

LABAN, r. v. Domínio do Movimento, 3ª. Ed., 1978.

MASINI, e. O perceber e o relacionar-se deficiente visual. Brasília. Coordenadoria Nacional para a integração da pessoa portadora de deficiência. 1994.

MORAES, m. "Modos de Intervir com jovens atendido visuais; dois estudos de caso. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRABEE). Volume II, número 2, julho/Dezembro 2007, 211-322, 2007.

SILVA, Eusébio Lobo da Método de Ensino integral da Dança: um Estudo de Desenvolvimento dos Exercícios Técnicos Centrado no Aluno, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993 (dissertação de Doutorado).

TAVARES, M. C. G. C. F. . Imagem corporal: conceito e desenvolvimento. Barueri: Manole, 2003. 147p

BENJAMIM, W., Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios sobre literatura e historia da cultura. In_______O Narrador Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. 5. ed.. 1994

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