quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Futuro de casal de cegos é incerto após incêndio

 
Futuro de casal de cegos é incerto após incêndio Ampliar Imagem Quem vê o seu João e dona Terezinha contando piadas e alegrando a vida de idosos no Asilo São Vicente de Paulo certamente não imagina o apuro pelo qual eles passaram no último final de semana. João de Matos, 63 anos, e Terezinha de Jesus dos Santos de Matos, 51, ambos com deficiência visual total, tiveram a casa, no Bairro Archimedes Naspolini, incendiada acidentalmente no último sábado. O casal era conhecido por cantar e tocar violão no Centro de Criciúma.
“Primeiro eu comecei a sentir um calorão e percebi que a casa estava pegando fogo. Quando percebi que não estava conseguido apagar, comecei a gritar: ‘a casa está pegando fogo!, conta Matos. “Logo, todos os vizinhos começaram a ajudar”, lembra. O fogo começou por volta das 6h. Depois do trabalho do Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil encaminhou os dois para o asilo.
De acordo com ele, os profissionais da Defesa Civil, em especial a coordenadora Ângela Mello, e da Secretaria Municipal de Habitação foram muito atenciosos. Eles não veem a hora de voltar para casa. “Não tem nada melhor do que estar no cantinho da gente. Aqui eles me tratam muito bem, mas não tem nada como a nossa casa”, afirma Matos, que morava no Naspolini há oito anos.
A casa ficou parcialmente destruída e o casal teve queimaduras pelo corpo, mas, segundo Matos, estão se recuperando rapidamente. “Eu perdi CDs, perdi meus documentos e perdi o cabelo no fogo”, lamenta. “Mas o importante mesmo foi poder salvar a nossa vida”, declara.
Voltar para casa ou continuar no asilo?
Embora seja do desejo do casal retornar para casa, isso só será possível caso uma decisão judicial permita. Segundo secretária do Sistema Social, Geovânia de Sá Rodrigues, além dos perigos decorrentes da deficiência visual, a mulher apresenta problemas mentais. “Caso o juiz determine que eles podem voltar a morar sozinhos, nós da Secretaria vamos dar todo o suporte cabível, de acordo com o que a lei permite”, explica.
Tanto Geovânia quanto a coordenadora do asilo, Andreza Ronsani, acreditam que o melhor para o casal seria permanecer no asilo. “Queremos que eles fiquem com a gente. Achamos que aqui eles podem viver melhor. Temos esperança que, como o João e a Terezinha ainda vão ficar aqui mais algum tempo, eles acabem se acostumando”, afirma Andreza.

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